Relato entregue à CPMI cita supostos repasses mensais de Careca do INSS a Lulinha
- Ananda Moura
- há 1 dia
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04/12/2025 A CPMI do INSS recebeu informações repassadas pela Polícia Federal que mencionam Fábio Luís Lula da Silva em pagamentos atribuídos ao empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, segundo o Poder360. O depoimento, enviado por Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, descreve repasses mensais estimados em cerca de R$ 300 mil e sugere cifras mais altas, ainda sem comprovação documental. Os citados negam irregularidades.

No material encaminhado à comissão, Claro afirma ter testemunhado viagens de Lulinha com Antunes para Portugal e menciona uma possível relação societária entre ambos, sem detalhamento das condições. Parlamentares tentaram convocar Claro para prestar depoimento em outubro, mas a proposta encontrou resistência entre membros governistas e acabou bloqueada.
Conversas obtidas pela PF indicam proximidade, mas sem confirmação de envolvimento
Documentos anexados à CPMI mostram que a PF investiga a World Cannabis, empresa sediada em Brasília e controlada por Antunes e seu filho, Romeu. A companhia atua no comércio de Cannabis medicinal produzida em Portugal, e investigadores levantam a hipótese de que o negócio tenha sido usado para movimentar recursos ilícitos ligados a fraudes em consignados do INSS. Até o momento, não há provas que vinculem diretamente o filho do presidente ao esquema.
Conversas extraídas do WhatsApp incluem menções ao nome de Fábio Luís em trocas de mensagens, fotos e registros diversos, incluindo um envelope de ingresso para show. Os diálogos sugerem proximidade e preocupação entre interlocutores com eventual repercussão pública envolvendo Lulinha, mas não definem sua participação no negócio.
Investigação avança com divergência interna
O inquérito no âmbito da PF avança de maneira fragmentada: parte da equipe defende aprofundar diligências, enquanto outra sustenta que as evidências atuais não justificam medidas mais incisivas. Documentos compartilhados com a CPMI indicam que, até o momento, não há elementos que demonstrem atuação direta de Fábio Luís nas fraudes contra beneficiários do INSS, embora a relação com os investigados seja considerada relevante para o desdobramento das apurações.
Ao Poder360, o ex-advogado de Fábio Luís, Marco Aurélio Carvalho, classificou as acusações como improváveis e de cunho político. Representantes da empresa e de Antunes também negam qualquer irregularidade.





