Professor da Unesp agredido por alunos diz que encerrará carreira
- Ananda Moura

- 20 de out.
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20/10/2025 O professor Gabriel Cepaluni, do departamento de Relações Internacionais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), disse que considera encerrada sua trajetória acadêmica após ser agredido por alunos no campus de Franca, em 2 de setembro deste ano. Servidor concursado desde 2010, ele foi impedido de ministrar aula e acabou vítima de chutes, empurrões e socos, além de ofensas como “fascista”, “nazista”, “sionista”, “assediador” e “abusador”.

Em entrevista à Revista Oeste, Cepaluni afirmou ter sido diagnosticado com estresse pós-traumático e disse não se sentir em condições de retornar à sala de aula. “Acredito que minha carreira como professor universitário chegou ao fim — ao menos nos moldes em que a exerci até hoje”, declarou. “No momento, não me sinto em condições de retomar aulas presenciais em universidades brasileiras.”
O docente lamentou também a falta de apoio da direção da universidade e criticou o ambiente ideológico que, segundo ele, domina parte das instituições públicas.
“As universidades públicas, infelizmente, refletem essa tensão: muitos docentes sérios e comprometidos têm se afastado, enquanto parte do debate acadêmico vem sendo substituída por disputas ideológicas”, avaliou. “Isso enfraquece a vida intelectual, distancia a sociedade das humanidades e gera desconfiança.”
Na conversa com a revista, Cepaluni detalhou o impacto da agressão, explicou o que tem feito desde o episódio e afirmou que atua para que os responsáveis sejam punidos, além de fazer uma reflexão crítica sobre o cenário universitário brasileiro.









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