Justiça do Rio solta suspeito de ligação com o Comando Vermelho preso em São Paulo
- Ananda Moura

- há 2 dias
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06/11/2025 A Justiça do Rio de Janeiro determinou, no último domingo (2), a libertação de Antônio de Jesus Cabral, de 40 anos, preso em São Paulo sob suspeita de integrar a liderança do Comando Vermelho (CV). Ele havia sido detido na Rua 25 de Março, região central da capital paulista, na quinta-feira (30) — dois dias após a megaoperação policial contra a facção nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio.

Segundo a defesa, o mandado de prisão preventiva contra Cabral havia sido revogado desde agosto de 2022, motivo pelo qual a prisão seria irregular. O advogado Erlande Nunes afirmou ao portal Metrópoles que o cliente já retornou ao Rio de Janeiro e que “os fatos estão devidamente esclarecidos”.
Cabral é investigado por participação em uma quadrilha de fraudes em concursos públicos, responsável por prejuízos estimados em R$ 70 milhões, ao oferecer cursos com acesso a conteúdo sigiloso de provas. Em 2022, ele foi condenado a 14 anos e 8 meses de prisão pela 1ª Vara Criminal de Niterói (RJ) por associação criminosa, violação de direitos autorais e lavagem de dinheiro.
Naquele mesmo ano, a Justiça fluminense chegou a emitir mandado de prisão preventiva, mas Cabral respondeu à maior parte do processo em liberdade. O mandado, registrado no Banco Nacional de Medidas Penais e Prisões do CNJ, levou à sua inclusão como foragido, o que possibilitou a detenção após ser identificado pelas câmeras inteligentes do sistema Smart Sampa.
Defesa alega erro do Judiciário fluminense
O advogado de Cabral afirmou que houve uma “confusão” no sistema judicial. Segundo ele, o habeas corpus concedido pela juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza deveria ter bloqueado o mandado de prisão, mas o documento foi lançado com numeração diferente, o que manteve o registro como ativo.
“Um erro do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro levou Antônio ao cárcere, e ele está sendo apontado indevidamente como integrante do Comando Vermelho. Se ele fosse um líder da facção, você acha que estaria fazendo compras na 25 de Março dois dias depois da megaoperação?”, questionou o advogado.
O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que tentou contato com o TJ do Rio para esclarecer a situação dos mandados, mas, sem resposta, manteve a prisão até nova decisão.
De acordo com a Prefeitura de São Paulo, Cabral teria deixado o Rio antes da operação policial, e a polícia apura se ele teve acesso a informações privilegiadas sobre as ações das forças de segurança.
Com informações do portal Metrópoles.









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