PF cumpre mandados contra ex-nora de Lula em operação sobre fraudes em licitações
- Ananda Moura

- 13 de nov.
- 2 min de leitura
13/11/2025
Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (12) a Operação Coffee Break, que investiga um esquema de corrupção e fraudes em licitações públicas envolvendo desvios de recursos do Fundeb e sobrepreço em kits de robótica. Entre os alvos está Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi casada com Marcos Cláudio Lula da Silva, filho de Marisa Letícia e adotado por Lula.

A operação, autorizada pela 1ª Vara Federal de Campinas (SP), contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e da Polícia Militar de São Paulo. Segundo as investigações, Carla Ariane teria atuado como lobista e intermediária do núcleo político do grupo, influenciando contratações públicas para favorecer a empresa Life Tecnologia Educacional, responsável por fornecer material tecnológico a prefeituras e órgãos federais, especialmente ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).
De acordo com a Revista Veja, os agentes da PF foram recebidos por Marcos Cláudio em um dos endereços onde os mandados foram cumpridos.
Esquema e suspeitas
A PF cumpriu 50 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva em São Paulo, Distrito Federal e Paraná. O inquérito apura corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitação, lavagem de dinheiro, contratação ilegal e organização criminosa.
As investigações apontam que a Life Tecnologia Educacional, empresa de pequeno porte, movimentou R$ 128 milhões entre 2021 e 2024, sendo R$ 50 milhões provenientes de sobrepreço. Há indícios de que peças compradas por R$ 1 a R$ 5 eram revendidas a até R$ 80, com superfaturamento de até 3.500%. Parte dos valores teria sido convertida em criptomoedas, sacada em espécie para pagamento de propina e usada na compra de imóveis e veículos de luxo.
O esquema, segundo a PF, era dividido em três núcleos:
Empresarial, responsável por contratos e emissão de notas fiscais;
Financeiro, com doleiros e empresas de fachada para lavar o dinheiro;
Político-administrativo, formado por agentes públicos e articuladores.
Entre os investigados também está Kalil Bittar, sócio de Fábio Luís Lula da Silva (Lulinha), o filho mais velho do presidente. Carla Ariane, por sua vez, foi afastada do cargo que ocupava em uma prefeitura do interior paulista e teve endereços vasculhados.
O relatório da PF descreve que a ex-nora de Lula atuava diretamente para assegurar vantagens indevidas em contratações públicas, funcionando como elo entre o grupo empresarial e agentes políticos. As investigações continuam em sigilo.









Comentários