O país onde pais de família estão presos e corruptos soltos

É inacreditável que quem rouba os aposentados esteja solto, enquanto pais e mães de família seguem presos. Foi com esse sentimento de indignação e responsabilidade que, nesta terça-feira (06), usei a tribuna da Câmara Legislativa.

Foto: Jeremias Alves

Comecei minha fala me solidarizando com as famílias e com a corporação da Polícia Militar do Distrito Federal, que perdeu dois formandos do curso de formação em um trágico acidente de carro no último final de semana. Pedi a Deus que console os corações dos familiares e amigos, e que, desse momento de dor, nasça força para continuar a vida.

Em seguida, abordei um dado estarrecedor: segundo uma pesquisa recente, 30% dos estudantes brasileiros concluem os estudos como analfabetos funcionais. Um país assim tem pouca esperança de futuro. Mas acredito que o DF pode ser a exceção e se tornar um modelo de educação para o Brasil.

Encerrei falando da vergonha nacional que está sendo chamada de “aposentão”. Até a semana passada, imaginava-se que cerca de 6 bilhões de reais haviam sido roubados dos aposentados. Entretanto, recentemente foi divulgado que o rombo pode ter chegado a 90 bilhões — e quem roubou os aposentados está solto, enquanto pais e mães de família continuam presos por, eventualmente, terem quebrado uma vidraça — e nem individualização da conduta existe. É inacreditável.

Em nome da honra dos que estão presos injustamente, e pelos órfãos de pais vivos que existem hoje no Brasil, convidei toda a população do Distrito Federal para a caminhada pacífica que acontecerá amanhã (quarta-feira, 07), da Torre de TV até o Congresso Nacional. Estaremos lá, pela anistia dos presos políticos do Brasil.