O kit reeleição de Lula e a nova década perdida?
- Guilherme Veroneze
- 10 de out.
- 3 min de leitura
Lula iniciou seu governo, em 2023, com um discurso que mais parecia de candidato em busca da reeleição do que de presidente recém-eleito. Agora, em 2025, tem adotado mais e mais medidas com cunho eleitoreiro e populista que poderão nos colocar em um buraco ainda mais fundo do que o da recessão de Dilma (2015-2016). Se o brasileiro não acordar para o perigo dessa linha de ação, poderemos entrar em uma espiral negativa que nos colocará novamente em mais uma “década perdida”, caracterizada por baixo crescimento da renda per capita, recessões e solavancos econômicos variados (dólar e inflação altos, déficits persistentes), como foram as décadas de 1980-1990 e de 2010-2020.
Dentre as medidas recentes, podemos iniciar com o Gás do povo, que fornecerá vouchers para as famílias trocarem por botijões de gás. Lula, que quando era oposição, na década de 1980 e 1990, vociferava contra a compra de votos, com ajudinhas como entrega de botijões, dentaduras, cestas básicas etc, agora resolveu fazer essa ajuda (uma disfarçada compra de voto) de forma permanente e institucionalizada, ao custo de 5,1 Bilhões de reais anuais para os demais contribuintes. “Pode isso, Arnaldo”?

Podemos falar, também, do elevado valor do Bolsa-Família que, segundo a própria Ministra deste desgoverno Lula, Simone Tebet, está desestimulando as pessoas irem procurar vagas no mercado formal. Sim, não são mais apenas economistas pesquisadores que estão dizendo o óbvio, mas sim, repito, uma ministra deste desgoverno. E não deixa de ser irônico e até revelador que isso se trata de um mecanismo de compra de votos. Ora, Lula gosta tanto de propagandear que em seu governo o desemprego nunca esteve tão baixo, que há crescimento econômico e blablabla... Ora, se isso é verdade, por que o governo tem então de manter um benefício tão elevado no Bolsa-família, em patamares equiparáveis aos da época da Pandemia? Não há mais Pandemia, não há mais o flagelo do desemprego tão elevado e da incerteza econômica naquele grau de 2020 a 2022. É ou não é uma compra de votos?
Todos esses caros pacotes de bondades eleitoreiras, é bom alertar, têm levado o governo a uma situação de insustentabilidade das finanças públicas, com déficits fiscais crescentes e equiparáveis a países em guerra ou pandemia (sem que haja qualquer desses eventos em curso), com dívida pública também crescente. Para sobreviver a essa situação, o governo tem novamente se valido de “contabilidade criativa”, um nome mais bonito, um eufemismo para manobra ou fraude fiscal. Tais manobras fiscais já foram evidenciadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU), no programa Pé-de-Meia, por exemplo. E o que parece é que os “espertos” alquimistas fiscais do governo Lula (Haddad e sua equipe) não entenderam que tais fraudes fiscais não enganam mais ninguém no mercado! Quer uma prova direta disso? Os juros da dívida de curto, médio e de longo prazo do governo seguem em uma alta histórica, pois o mercado não deposita confiança nos rumos fiscais deste governo e, assim, cobra mais juros porque o risco de calote e de descontrole cambial (que afeta o retorno dos títulos) é elevado.
Por fim, é bom lembrar que tudo isso era previsível. Pouco ou nada poderia se esperar do governo do PT que, na era Lula e Dilma, gastou cerca de 1,2 TRILHÃO com a política estabanada de crédito subsidiado no BNDES, para “empresas amigas”, para Odebrechts e Joesleys da vida (JBS). Aliás, deixo ao final deste artigo o link para a reportagem que serve para nos relembrar disso em detalhes. Com a metade desse valor de 1,2 Trilhão de reais daria, por exemplo, para universalizar o serviço de saneamento básico no Brasil, onde quase 50% da população ainda vive de forma precária, sem esgoto tratado, mesmo depois de quase 20 anos de PT.

Uma coisa fica clara: Lula e o PT são mestres em desperdiçar oportunidades de forma repetida e consistente. Por vezes, parece até que de forma deliberada para manter o povo na pobreza, dependente do voto no PT. E os custos disso, são colhidos por todos, mas principalmente pela camada mais pobre e iludida, que ainda hoje vive sem crescimento de renda e sem saneamento básico. Até quando iremos aceitar isso?
Artigo sobre o BNDES e o custo da era Lula e Dilma:
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