Motta afirma que Glauber tentou intimidar a Câmara e acabou “humilhado”
- Ananda Moura

- há 1 dia
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10/12/2025 O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), criticou a ocupação da cadeira da Presidência pelo deputado Glauber Braga (Psol-RJ) nesta terça-feira (9.dez.2025). Disse que o parlamentar tentou intimidar a Casa, mas saiu “humilhado”. Glauber foi retirado à força pela polícia legislativa.

O deputado havia permanecido sentado na cadeira desde o início da sessão, como forma de protesto contra a votação de seu processo de cassação, marcada para quarta-feira. A representação que pode resultar na perda de seu mandato foi apresentada pelo Partido Novo, em 2024, sob acusação de agressão a Gabriel Costenaro, do MBL.
Em pronunciamento no plenário, Motta afirmou:
“A cadeira da presidência não pertence a mim. Ela pertence à República, à democracia e ao povo brasileiro. Nenhum parlamentar está autorizado a transformá-la em instrumento de intimidação, espetáculo ou desordem. Deputado pode muito, mas não pode tudo. Na democracia, ele pode tudo dentro da lei e do regimento. Fora disso, é abuso.”
Motta também declarou que irá determinar investigação sobre “possíveis excessos” da polícia legislativa, que empurrou deputados e jornalistas durante a retirada de Glauber. Ele disse que “quem tentou afrontar a Câmara, encontrou uma instituição firme, serena e inegociável”.

A seguir, os principais trechos do discurso de Motta:
Segundo ele, a ocupação da cadeira da Presidência por Glauber Braga não desrespeita apenas o presidente em exercício, mas o próprio Poder Legislativo. Motta lembrou que o deputado já havia adotado conduta semelhante ao ocupar uma comissão por mais de uma semana, em atitude que, segundo o presidente da Câmara, não tem amparo no regimento.
De acordo com matéria do Poder 360, Motta reforçou que sua responsabilidade é garantir a ordem, o cumprimento das regras e o respeito à instituição. Para ele, há um “grave equívoco” na postura de quem defende a democracia apenas quando o resultado lhe é favorável.
O presidente da Câmara comparou a atitude de Glauber ao comportamento de extremistas, afirmando que “quem só enxerga o próprio lado” acaba negando o debate e o pluralismo democrático.
Ele declarou que a Casa “não se curvará” a esse tipo de conduta e que seguiu rigorosamente os protocolos de segurança. Citou o Ato da Mesa nº 145, que autoriza a interrupção de acesso aos prédios da Câmara por questões de segurança.
Motta afirmou que determinou apuração sobre eventuais abusos cometidos contra a imprensa e disse que continuará defendendo que divergências sejam expressas pelo voto e pelo debate, não por “vandalismo institucional”.
“Hoje ficou claro: quem tentou humilhar o Legislativo, humilhou a si mesmo. Quem tentou fechar portas ao diálogo, escancarou a própria intolerância. E quem tentou afrontar a Câmara, encontrou uma instituição firme, serena e inegociável”, afirmou.
Por fim, acrescentou que a democracia é testada diariamente e precisa ser defendida, reafirmando que nenhum deputado está acima da instituição que representa.









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