Metade do país vive sem rede de segurança financeira
- Ananda Moura

- 1 de dez.
- 1 min de leitura
01/12/2025 Um único imprevisto é suficiente para derrubar metade dos brasileiros. Dados da SalaryFits mostram que 50% dos trabalhadores não fecham o mês sem buscar renda extra — e pior: 52% sequer têm reserva de emergência, segundo a Anbima. O resultado é um país onde a vida financeira é conduzida no fio da navalha.

O reflexo aparece no endividamento. Em outubro, 30,5% das famílias tinham contas atrasadas, e 13,2% admitiram não ter como pagar. A inadimplência já atinge 6,7% dos consumidores no sistema financeiro, maior índice em mais de uma década, segundo o Banco Central.
Um país dividido em quatro bolsos
A Anbima separa os brasileiros em quatro grupos financeiros:
• 52% vivem sem poupança nenhuma
• 12% guardam dinheiro, mas não investem
• 20% ficam somente na poupança tradicional
• 17% diversificam investimentos
A desigualdade é explícita: enquanto poucos constroem patrimônio, a maioria está presa ao mês corrente.
Sem reserva, o país respira por aparelhos
Sem proteção financeira, qualquer emergência vira crise. Para sobreviver, o brasileiro recorre ao crédito — um dos mais caros do mundo. Juros de cartão que superam 400% ao ano esmagam o salário e afastam a chance de guardar dinheiro. O ciclo é cruel: gasta-se para não quebrar hoje, ao custo de quebrar amanhã.
O abismo não é financeiro — é social
Quando metade de uma nação não consegue planejar o próximo mês, muito menos o próximo ano, o futuro vira luxo. Comprar casa, estudar, investir, aposentar com dignidade — tudo se torna miragem. O Brasil não está apenas endividado: está vulnerável, exausto e sem colchão para cair. *Com informações da Gazeta do Povo









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