Lula não visita cidades atingidas por tornados e prioriza COP30 e encontro com aliados
- Ananda Moura

- 10 de nov.
- 2 min de leitura
10/11/2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve sua agenda internacional e de compromissos ambientais, priorizando a participação na Cúpula da COP30 em Belém (PA) e um encontro com aliados esquerdistas na Colômbia, em vez de visitar as regiões do Sul devastadas pelos tornados que ocorreram entre os dias 7 e 8 de novembro.

Durante o domingo (9), Lula participou em Bogotá de uma cúpula entre países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia, organizada pelo presidente colombiano Gustavo Petro, aliado político e alvo de sanções de Washington por suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas regional.
Dos 60 chefes de Estado convidados, apenas nove compareceram — entre eles, apenas Lula e Petro.
Segundo a agenda oficial do Planalto, o petista voltou a Belém no fim do dia para participar, nesta segunda-feira (10), da abertura oficial da COP30, que reúne cerca de 50 mil participantes, incluindo diplomatas, cientistas, empresários e ativistas.
Hospedagem de luxo e críticas
Durante os eventos preparatórios da cúpula climática, Lula e a primeira-dama Janja da Silva se hospedaram em um iate de luxo, o Iana III, alugado pela Presidência por R$ 5,3 mil por casal, por dia. O governo justificou a escolha dizendo que a embarcação seria a opção mais segura e viável logisticamente, embora a Marinha tenha oferecido alternativas de hospedagem.
Além do Iana III, o presidente tem à disposição o iate de apoio Paiva Neto, com dez quartos. Barcos desse porte custam, em média, R$ 12 mil por dia — o que pode resultar em R$ 120 mil para o período previsto de permanência em Belém.
Tornados e calamidade pública
Segundo matéria da Revista Oeste, enquanto Lula mantinha compromissos internacionais, o governo federal reconheceu o estado de calamidade pública em Rio Bonito do Iguaçu (PR), uma das cidades mais atingidas pelos tornados que deixaram seis mortos, mais de 700 feridos e 10 mil moradores afetados.
A portaria com o reconhecimento foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União no sábado (8).
A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) foi designada para coordenar as ações federais no local. Segundo ela, o governo deve liberar recursos emergenciais nesta segunda-feira (10) para reconstrução, assistência alimentar e fornecimento de itens de higiene.
“Fizemos o reconhecimento imediato da calamidade pública. O governo quer juntar forças para ajudar o Paraná, desde a reconstrução mais imediata até o planejamento da cidade”, afirmou Gleisi.
Empresas privadas, como a rede Havan, também iniciaram ações de ajuda às vítimas das tempestades.









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