Lula defende nova “ordem mundial” e critica “intolerância” durante cúpula na Colômbia
- Ananda Moura

- 10 de nov.
- 2 min de leitura
10/11/2025
Durante a 4ª Cúpula Celac–União Europeia, realizada neste domingo (9) em Santa Maria, na Colômbia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “a intolerância voltou a ganhar força” e defendeu a criação de uma “ordem mundial baseada na paz”. Segundo ele, esse modelo deve se apoiar no multilateralismo e na multipolaridade.

Em seu discurso, o petista disse que a América Latina vive uma “profunda crise de integração”, provocada por “projetos pessoais de apego ao poder que solapam a democracia”. Lula declarou que a região “voltou a ser balcanizada e dividida”, voltando-se mais “para fora do que para si própria”, e afirmou que a intolerância tem impedido o diálogo entre diferentes correntes políticas.
Apesar de pregar cooperação e diálogo, Lula mantém aliança com regimes autoritários, como os de Nicolás Maduro (Venezuela) e Miguel Díaz-Canel (Cuba) — governos acusados de censurar a imprensa, perseguir opositores e manter presos políticos.
Ao tratar de segurança pública, o presidente disse que “democracias não combatem o crime violando o direito internacional” e defendeu a necessidade de “reprimir o crime organizado e suas lideranças”. A fala ocorre poucos dias após o governo federal se posicionar contra o projeto de lei que equipara facções criminosas a organizações terroristas, proposta que ganhou força após a megaoperação no Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho (CV).
Segundo a Revista Oeste, Lula também destacou a importância da COP30, que começa nesta segunda-feira (10) em Belém (PA), e apresentou o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, afirmando que o projeto “prova que as florestas valem mais em pé do que derrubadas”.
O presidente ainda expressou expectativa pela conclusão do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, travado há anos, e defendeu “um comércio internacional baseado em regras claras”.
Ao encerrar o discurso, Lula disse que as reuniões internacionais não podem se tornar rituais vazios, pedindo que América Latina, Caribe e Europa se comprometam com uma “agenda de paz, cooperação, ampliação do comércio e crescimento sustentável”.









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