Integrante do Comando Vermelho viaja à Ucrânia para treinamento de guerra, revela investigação
- Ananda Moura

- há 1 dia
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06/11/2025 A Polícia Civil do Rio de Janeiro identificou que um integrante do Comando Vermelho (CV) viajou diversas vezes à Ucrânia para receber treinamento militar em técnicas de combate utilizadas em zonas de guerra. O foco da investigação é Philippe Marques Pinto, de 29 anos, que possui antecedentes por tráfico de drogas.

Conforme o relatório policial, Philippe viajou três vezes para a Europa, partindo do Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, com escala em Lisboa, antes de seguir para o leste europeu. A primeira estada, iniciada em junho de 2023, durou seis meses; a segunda, entre junho de 2024 e junho de 2025, se estendeu por um ano; e a terceira viagem ocorreu em 9 de setembro deste ano.
Segundo matéria da Revista Oeste, as autoridades reuniram imagens que mostram Philippe armado, com uniforme militar e presente em áreas de conflito. Ainda não há confirmação se ele retornou ao Brasil. Segundo os investigadores, ele seria aliado de Antônio Hilário Ferreira, o “Rabicó”, considerado chefe do Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), e uma das principais lideranças do Comando Vermelho.
A Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) abriu inquérito para apurar o caso. Philippe deve responder por apologia ao crime e associação ao tráfico. A investigação está inserida no contexto da megaoperação policial contra o CV, realizada na semana passada, que deixou 121 mortos, incluindo quatro policiais, e resultou em 113 prisões.
O episódio reacendeu o debate sobre o projeto de lei que propõe classificar facções criminosas como organizações terroristas — uma pauta defendida pela oposição e adiada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados.
O governo Lula se posiciona contra o texto, sob o argumento de que a medida poderia afetar a soberania nacional e abrir espaço para interferências externas. O Executivo, contudo, apresentou uma proposta alternativa, que promete endurecer penas e ampliar instrumentos de investigação, mas a oposição questiona sua efetividade diante da escalada das facções no país.









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