Governo Lula amplia verba de comunicação em ano pré-eleitoral
- Ananda Moura

- 3 de nov.
- 2 min de leitura
03/11/2025
O governo federal ampliou em R$ 116 milhões o orçamento da Secretaria de Comunicação da Presidência da República (Secom), que passará a contar com R$ 876 milhões em 2025. O valor supera os cerca de R$ 600 milhões de 2024, o maior desde 2017, e chama atenção por ocorrer em meio a cortes orçamentários em outras áreas, como educação e segurança pública.

A Polícia Federal, por exemplo, ainda busca R$ 97,5 milhões para emissão de passaportes, enquanto o Ministério da Educação enfrenta dificuldades para garantir a compra de materiais didáticos.
Segundo a Folha de São Paulo, a maior parte do orçamento da Secom será destinada a campanhas publicitárias, pesquisas e contratos de assessoria, totalizando R$ 562 milhões. Entre as campanhas planejadas estão “Brasil Soberano”, com R$ 85 milhões, e “Gás do Povo”, com R$ 30 milhões. Desde que Sidônio Palmeira assumiu o comando da secretaria, a estratégia de comunicação passou a priorizar anúncios digitais, influenciadores e vídeos de formato viral, reforçando a presença do governo nas redes em um ano pré-eleitoral.
Um dos exemplos recentes dessa abordagem foi o vídeo estrelado por João Kléber, publicado em setembro nas redes do governo, em formato semelhante ao quadro “Teste de Fidelidade”, usado para comparar os governos Lula e Trump.
Segundo a Secom, o aumento das ações de comunicação acompanha o lançamento de programas sociais e busca “garantir o acesso da população beneficiada às políticas públicas”. A secretaria também informou que parte do orçamento está bloqueada e que “não houve alteração substancial” em relação à previsão da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025.
Além disso, o governo prepara um novo contrato de comunicação digital no valor de R$ 100 milhões anuais, voltado à produção de vídeos, textos e podcasts para redes sociais. A meta é produzir cerca de 3 mil vídeos por ano, com custo médio de R$ 21,4 mil por unidade com apresentador.
Para viabilizar a ampliação dos gastos, o Planalto realocou R$ 2,4 bilhões entre ministérios, redirecionando verbas de órgãos como o INSS, que perdeu R$ 190 milhões — valor que pode impactar o pagamento de benefícios previdenciários. Segundo o governo, o remanejamento atende às regras fiscais e visa reforçar a divulgação de programas como Pé-de-Meia, Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida.









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