Embaixada do Brasil é atingida por tiros durante tentativa de golpe na África
- Ananda Moura

- há 2 dias
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09/12/205 A Embaixada do Brasil no Benin (África) foi atingida por disparos de arma de fogo neste domingo (7), durante uma tentativa de golpe militar no país africano. O episódio ocorreu após rebeldes tomarem meios de comunicação e anunciarem a derrubada do governo do presidente Patrice Talon, que está há nove anos no poder. As Forças Armadas afirmam ter conseguido frustrar a ação.

Segundo o ministro do Interior, Alassane Seidou, o movimento golpista partiu de um pequeno grupo de militares. “Nas primeiras horas de domingo, 7 de dezembro de 2025, um pequeno grupo de soldados iniciou um motim com o objetivo de desestabilizar o Estado e suas instituições”, declarou. “As Forças Armadas do Benin e sua liderança, fiéis ao juramento, permaneceram comprometidas com a República.”
De acordo com matéria do Diário do Poder, pouco antes da repressão ao golpe, militares insurgentes chegaram a ir à TV estatal anunciar que um comitê liderado pelo coronel Pascal Tigri havia assumido o poder, dissolvido as instituições, suspendido a Constituição e determinado o fechamento das fronteiras terrestres, aéreas e marítimas. No pronunciamento, os rebeldes afirmaram que pretendiam “dar esperança de uma nova era ao povo beninense”.
Segundo um porta-voz do governo, ao menos 14 pessoas foram presas por envolvimento na tentativa de golpe, informou a Reuters. Tiros também foram ouvidos próximo à residência do presidente Talon, cujo estado ainda não foi divulgado. Ele governa desde 2016 e afirmou que deixará o cargo em abril, após a eleição presidencial.
A União Africana condenou “fortemente” o episódio.
Cenário político
O ex-ministro das Finanças Romuald Wadagni, aliado de Talon, era apontado como favorito na disputa presidencial. Já o opositor Renaud Agbodjo foi excluído da corrida pela comissão eleitoral por não apresentar o número exigido de patrocinadores.
Em janeiro, dois aliados de Talon foram condenados por tentativa de golpe ocorrida em 2024. No mês passado, o Parlamento ampliou o mandato presidencial de cinco para sete anos, mantendo o limite de duas reeleições consecutivas.
A decisão de Talon de deixar o poder ao fim de seus dois mandatos também chama atenção em um momento de instabilidade na África Ocidental e Central, marcada por sucessivos golpes. Na semana anterior, militares depuseram o presidente da Guiné-Bissau, Umaro Embaló, após uma eleição contestada — o nono golpe registrado na região desde 2020.









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