Comando Vermelho já supera exércitos de países vizinhos, aponta relatório internacional
- Ananda Moura

- há 3 horas
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04/11/2025 O Comando Vermelho (CV), uma das facções criminosas mais poderosas do Brasil, possui atualmente cerca de 30 mil integrantes ativos, número que supera o efetivo militar do Uruguai e do Paraguai, segundo um relatório da organização InSight Crime, atualizado em 2025.

De acordo com dados do International Institute for Strategic Studies (IISS), o Uruguai conta com cerca de 21 mil militares, enquanto o Paraguai mantém aproximadamente 14 mil. Com isso, o contingente do CV já ultrapassa o tamanho dos exércitos regulares desses países, consolidando-se como uma força de dimensão transnacional.
O levantamento aponta que a facção controla cerca de metade do território do Rio de Janeiro e mantém presença ativa em rotas internacionais de tráfico de drogas, competindo com o Terceiro Comando Puro e com grupos de milicianos. O relatório descreve o Comando Vermelho como “uma ameaça nacional e transnacional”, com ramificações em todas as regiões do Brasil e influência tanto nas prisões quanto nas comunidades dominadas.
Na última terça-feira (28), uma megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, resultou em 121 mortes e 113 prisões, além da apreensão de mais de 118 armas, sendo 91 fuzis, e aproximadamente uma tonelada de drogas. Batizada de Operação Contenção, a ação mobilizou 2,5 mil policiais e teve como objetivo desarticular a estrutura de comando da facção.
Entre os presos está Thiago do Nascimento Mendes, o “Belão”, apontado como braço direito de Edgar Alves de Andrade, o “Doca”, líder máximo do grupo, ainda foragido. A operação foi considerada a mais letal da história do país, superando o episódio do Carandiru, em 1992.
Segundo o secretário de Polícia Civil do Rio, Felipe Curi, a ofensiva representou “o maior golpe sofrido pelo Comando Vermelho desde sua fundação”, com impacto direto em sua capacidade de articulação e expansão territorial.
De acordo com reportagem da Revista Oeste, a soma do poder armado, influência territorial e capacidade financeira do CV transformou o grupo em uma estrutura criminosa com força comparável a exércitos regulares, evidenciando a dimensão do desafio enfrentado pela segurança pública brasileira.









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