Casal é preso por tentar comprar recém-nascido em Portel, no Marajó
- Ananda Moura

- há 4 horas
- 2 min de leitura
05/12/2025 A Polícia Civil do Pará prendeu em flagrante, na tarde de terça-feira, 2, um homem e uma mulher suspeitos de tentar comprar uma criança em Portel, no arquipélago do Marajó. O caso é tratado como tráfico de pessoas e está sob responsabilidade da Delegacia de Portel.

De acordo com a delegada Fabiana Santos, denúncias apontaram que o casal ofereceu “uma quantia vultosa” para obter ilegalmente um recém-nascido. Moradores informaram ainda que os suspeitos teriam tentado realizar a mesma prática no município de Melgaço antes de seguir para Portel.
“Diante da denúncia, nossa equipe realizou monitoramento disfarçado”, relatou Fabiana. “No momento em que o casal verbalizou o valor a ser pago, foi dada voz de prisão em flagrante.”
O homem se apresentou como policial militar de Goiás e portava uma arma de fogo. Ele estava acompanhado de uma mulher e de uma criança de 8 anos, apontada como filha dela. O grupo estava hospedado em um hotel no centro da cidade, onde a proposta de compra foi feita.
Segundo o delegado Paulo Junqueira, responsável pela região, o suspeito resistiu à abordagem. No hotel, foram apreendidas roupas de recém-nascido, fraldas, mamadeira e três celulares com certidões de nascimento de crianças de outros Estados. A criança que acompanhava o casal foi encaminhada ao Conselho Tutelar, e os dois adultos foram detidos e permanecem à disposição da Justiça. A polícia investiga se há atuação semelhante em outras cidades.
Histórico de denúncias de exploração infantil no Marajó
De acordo com matéria da Revista Oeste, a região do Marajó enfrenta há anos denúncias de crimes contra crianças e adolescentes. Em fevereiro de 2024, a Promotoria de Justiça de Portel abriu procedimento para apurar dois casos considerados graves de abuso sexual, com suspeita de tráfico de menores e relatos de estrangeiros oferecendo internet via Starlink em troca de pornografia infantil.
A Promotoria também recebeu relatos sobre possível cemitério clandestino e envolvimento de autoridades locais, detalhando as denúncias em documentos enviados à Polícia Federal e ao Ministério Público Federal.
Em junho de 2024, a Comissão de Segurança Pública da Câmara discutiu o tema em audiência. Conselheiros tutelares relataram abusos recorrentes, inclusive dentro de famílias. Na ocasião, a deputada Silvia Waiãpi (PL-AP) afirmou que a vulnerabilidade social favorece a exploração infantil e declarou: “Mexemos em um vespeiro”.









Comentários