Carlos Viana acusa STF de desprezar o Congresso após decisão que beneficiou investigado da CPMI do INSS
- Ananda Moura

- 11 de nov.
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11/11/2025 O senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, criticou nesta segunda-feira (10) o Supremo Tribunal Federal (STF), afirmando que a Corte tem tratado o Congresso Nacional com desdém. A declaração ocorreu durante a abertura da sessão da comissão, após o ministro Gilmar Mendes conceder habeas corpus ao empresário Igor Delecrode, dirigente da Associação de Amparo Social ao Aposentado e Pensionista (AASAP), garantindo-lhe o direito de permanecer em silêncio durante o depoimento.

Segundo Viana, a decisão representa um ato de desprezo do STF pelo trabalho parlamentar. “Estamos incomodando”, disse o senador. “O Supremo, a partir da decisão do ministro Gilmar Mendes, diz que o Parlamento pouco importa, que não servimos para nada. Em nenhum lugar do mundo existe isso.”
O presidente da CPMI também afirmou que o avanço do Poder Judiciário sobre o Legislativo decorre da omissão dos próprios parlamentares, defendendo uma postura mais firme do Congresso. “Hoje nós temos um Poder”, afirmou. “Uma única decisão monocrática derruba o entendimento de 81 senadores.”
De acordo com matéria da Revista Oeste, o relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), reforçou as críticas ao Supremo e atacou colegas do Congresso que, segundo ele, protegem investigados por interesses pessoais. “A blindagem pela própria comissão é uma vergonha; juntos, os blindados receberam R$ 10 milhões de dinheiro roubado”, declarou.
Investigado do INSS fica em silêncio na CPMI
A AASAP é alvo de apurações por descontos indevidos em benefícios do INSS, esquema que teria movimentado cerca de R$ 700 milhões. Durante a sessão, o empresário Igor Delecrode se recusou a assinar o termo de compromisso com a verdade e não respondeu à maioria das perguntas feitas pelos parlamentares.
De acordo com a CPMI, o investigado teria usado seis empresas de tecnologia da informação para movimentar R$ 15 milhões em apenas um ano. Questionado sobre o envolvimento com o setor, ele alegou que a programação era apenas um hobby.









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