Brasileira de 29 anos se torna a bilionária mais jovem do mundo a construir fortuna própria
- Ananda Moura

- há 7 dias
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03/12/2025 A brasileira Luana Lopes Lara, de 29 anos, acaba de assumir o posto de pessoa mais jovem do mundo a se tornar bilionária com uma fortuna construída do zero. Formada em ciência da computação pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), ela desenvolveu uma startup avaliada em US$ 11 bilhões (R$ 58,6 bilhões) em apenas seis anos.

Antes da carreira no mercado financeiro e de tecnologia, Luana viveu uma rotina considerada ainda mais exigente: foi bailarina na Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Ela conta que professoras chegavam a colocar cigarros acesos sob sua perna enquanto ela mantinha o movimento de extensão, para testar resistência e posição. Em ambiente competitivo, bailarinas também sabotavam rivais, colocando cacos de vidro nas sapatilhas. A rotina incluía aulas acadêmicas das 7h às 12h e balé das 13h às 21h.
Segundo reportagem da Forbes, mesmo nesse cenário, Luana conciliava treinos com estudos intensivos. Filha de professora de matemática e engenheiro elétrico, conquistou resultados expressivos em olimpíadas científicas: ouro na Olimpíada Brasileira de Astronomia e bronze na Olimpíada de Matemática de Santa Catarina. Após o ensino médio, passou nove meses como bailarina profissional na Áustria, antes de migrar definitivamente para os EUA.
Startup chega a valor de mercado de US$ 11 bilhões
Luana e seu sócio, Tarek Mansour, também de 29 anos, tornaram-se bilionários depois que sua empresa levantou US$ 1 bilhão (R$ 5,33 bilhões), elevando a avaliação para US$ 11 bilhões. A rodada foi liderada pela Paradigm, com participação de fundos como Sequoia Capital, Andreessen Horowitz e Y Combinator.
A valorização foi rápida: a empresa valia US$ 2 bilhões em junho, subiu para US$ 5 bilhões em outubro e atingiu os atuais US$ 11 bilhões — um crescimento de mais de cinco vezes em menos de seis meses. Cada um dos cofundadores detém cerca de 12% da companhia, o que equivale a um patrimônio estimado em US$ 1,3 bilhão (R$ 6,9 bilhões).
Segundo Ali Partovi, CEO da Neo, que investiu na empresa ainda no início, o mercado está “correndo atrás” para entrar no negócio após o impacto da expansão.
Modelo de negócio: apostar em eventos do mundo real
A empresa — Kalshi — permite que usuários negociem a probabilidade de eventos futuros, como resultados eleitorais, competições esportivas e acontecimentos culturais. Desde julho, o volume teórico de negociação na plataforma aumentou oito vezes, atingindo US$ 5,8 bilhões (R$ 30,9 bilhões) em novembro, segundo dados da companhia.
A principal concorrente, Polymarket, avaliada em US$ 9 bilhões (R$ 48 bilhões), também registrou explosão no volume negociado, alcançando US$ 4,3 bilhões (R$ 22,9 bilhões).
Parceria que nasceu no MIT
Luana e Mansour se conheceram durante o curso no MIT, onde ambos estudaram ciência da computação e faziam parte do mesmo grupo de estudantes estrangeiros. Mansour cresceu no Líbano, enfrentou conflitos armados e aprendeu inglês sozinho para estudar nos EUA. Ele lembra de Luana sentada sempre na primeira fila das aulas — postura que chamou sua atenção.
A parceria se consolidou em 2018, quando ambos estagiaram na Five Rings Capital, em Nova York. Foi durante caminhadas após o trabalho, no Distrito Financeiro, que surgiu a ideia de criar um mercado para negociar probabilidades de eventos. Para Luana, investidores já tomam decisões baseadas em previsões, mas o modelo tradicional não permite negociar essas expectativas diretamente.
Convencidos da oportunidade, os dois se inscreveram na aceleradora Y Combinator, sendo aprovados em 2019. A partir daí, começaram a construir a plataforma que os levaria ao status atual.









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