Senado dos EUA derruba tarifaço contra o Brasil, mas Câmara deve barrar medida
- Ananda Moura

- 29 de out.
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29/10/2025 O Senado dos Estados Unidos votou nesta terça-feira (28) pela revogação do tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros imposto pelo presidente Donald Trump (Partido Republicano). Foram 52 votos a favor e 48 contrários, com cinco senadores republicanos se unindo aos democratas. A medida representa uma derrota simbólica para a Casa Branca, mas deve ser barrada na Câmara dos Representantes, onde o governo conta com maior apoio político.

A liderança republicana já anunciou que não pretende votar nenhuma proposta que limite as ações de Trump na área comercial até o fim de 2025, adiando qualquer discussão para 2026. Assim, a decisão do Senado não terá efeito prático imediato.
A votação ocorreu poucos dias após o encontro entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizado na Malásia, durante a 47ª Cúpula da Asean (Associação das Nações do Sudeste Asiático). Apesar do tom amistoso entre os dois líderes, as tarifas seguem em vigor, conforme lembrou o The New York Times.
Entre os republicanos que votaram com a oposição estão Rand Paul (Kentucky), Susan Collins (Maine), Lisa Murkowski (Alasca), Mitch McConnell (Kentucky) e Thom Tillis (Carolina do Norte).
O democrata Tim Kaine (Virgínia), autor da resolução, criticou o uso abusivo do poder executivo:
“Vamos permitir que os poderes atribuídos ao Congresso sejam tomados por este presidente ou qualquer outro?”, questionou.
Já Rand Paul afirmou que a medida presidencial representa “um abuso do poder de emergência”, defendendo que o Congresso retome seu papel tradicional nas decisões tributárias. McConnell, ex-líder republicano, também se manifestou, dizendo que “tarifas tornam a produção e o consumo nos EUA mais caros” e que “guerras comerciais trazem mais prejuízos do que vitórias”.
Outros senadores, como John Hoeven (Dakota do Norte) e Kevin Cramer (Dakota do Norte), defenderam Trump, argumentando que as tarifas são estratégias de curto prazo para melhorar acordos comerciais e fortalecer exportadores norte-americanos.
Apesar do revés simbólico no Senado, a Casa Branca mantém força na Câmara, o que deve garantir a continuidade do tarifaço até, pelo menos, o próximo ano.









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