Quais exportações brasileiras seguem atingidas pelo tarifaço dos EUA
- Ananda Moura

- 24 de nov.
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24/11/2025 Após meses de incerteza, parte do setor exportador brasileiro comemora a retirada da sobretaxa de 40% aplicada pelos Estados Unidos a 249 produtos agrícolas. O anúncio, feito nesta quinta-feira (20) pela Casa Branca, elimina o imposto adicional para itens que representaram 11% das vendas brasileiras aos EUA em 2024, segundo a Confederação Nacional da Indústria.

Com a flexibilização parcial, 37% das exportações do Brasil estão agora livres das tarifas extras, enquanto cerca de 33% seguem sujeitas à alíquota elevada, que chega a 50%. A medida vale de forma retroativa para mercadorias liberadas de armazéns desde 13 de novembro.
Mesmo assim, permanecem na lista de produtos com sobretaxa setores de grande relevância econômica, como calçados, máquinas, equipamentos industriais, pescado, mel e café solúvel — todos com participação expressiva na pauta de exportações.
O tarifaço aplicado pelos EUA faz parte de um pacote iniciado em abril de 2025, quando o governo norte-americano instituiu uma tarifa global de 10%. Em junho, acrescentou uma sobretaxa de 40% exclusivamente para o Brasil, em vigor desde 6 de agosto, atingindo especialmente o agronegócio. A tarifa global foi suspensa em 14 de novembro, mas a adicional para o Brasil só começou a ser flexibilizada agora.
O governo dos EUA justificou as restrições alegando riscos à segurança nacional e preocupação com temas como prisões de opositores, bloqueios de contas em redes sociais sem decisão judicial, interferências eleitorais e falta de cooperação em investigações de corrupção e direitos humanos.
Entidades do setor industrial consideram a flexibilização positiva, mas limitada. A Associação Brasileira da Indústria do Plástico afirmou que a abertura ainda não contempla produtos de maior valor agregado, que são prioridade para o país. Entre os itens beneficiados pela remoção das tarifas estão café em grão, carnes, frutas, óleos essenciais, cacau, açaí e madeira.
Já segmentos como o de máquinas e equipamentos — sexto mais relevante nas exportações brasileiras — seguem prejudicados. As vendas para os EUA caíram 8% de janeiro a setembro, segundo o setor, com exceção das máquinas de construção civil, que cresceram 5%.
Segundo matéria da Revista Oeste, continuam sujeitos à sobretaxa produtos como: madeira perfilada, pneus, borracha industrializada, vestuário de lã, aeronaves e peças, componentes de turborreatores, eletrônicos e transformadores, pescado, mel, uvas, máquinas e motores, calçados e café instantâneo.









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