PF desarticula quadrilha que explorava migrantes no Amapá
- Ananda Moura

- 30 de set.
- 2 min de leitura
29/09/2025
A Polícia Federal (PF) realizou nesta segunda-feira (29) a Operação Piratas do Caribe para desarticular uma rede criminosa acusada de explorar migrantes no Amapá. O grupo atuava no transporte irregular de estrangeiros, principalmente cubanos e haitianos, cobrando valores abusivos e fazendo ameaças a quem se recusasse a pagar.

A ofensiva ocorreu em cidades como Tartarugalzinho, Oiapoque, Santana e Macapá, com o cumprimento de 18 mandados de busca e apreensão. A Justiça também determinou 17 medidas de monitoramento eletrônico contra os suspeitos. Em uma das residências alvo da operação, os agentes encontraram um cofre cheio de dinheiro.
Tragédia que motivou a investigação
As apurações começaram após denúncia registrada pela delegacia da PF em Oiapoque e têm ligação direta com um acidente ocorrido em 25 de março, na BR-210, em Porto Grande. Na ocasião, um Nissan Versa, ocupado por seis pessoas, colidiu de frente com um Volkswagen UP, deixando cinco mortos, entre eles duas crianças.
No Versa estavam o casal de cubanos Suzana De La Caridad Scull Marcel e Vladimir Aldana Rodriguez, ambos de 31 anos, além do bebê Aldo Milan, que morreu no local. Os passageiros Hilda Menéndez Valdés, Yohany Rico Menéndez e o motorista Messias Ramos Teixeira também não resistiram. Apenas Suzana e Vladimir sobreviveram.
No outro carro, viajavam um casal de agentes de saúde e o filho de 6 anos, que também faleceu. A colisão foi tão violenta que arremessou o motor de um dos veículos e deixou o outro destruído às margens da mata.
Esquema de exploração
Segundo a PF, a quadrilha transformava o transporte em um sistema de extorsão, mantendo famílias inteiras sob pressão e ameaças. A investigação indica que os criminosos se aproveitavam da vulnerabilidade dos migrantes para obter lucros ilícitos e ampliar o controle sobre a rota na região.









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