Gol anuncia plano para deixar a Bolsa e unificar operações
- Ananda Moura

- 14 de out.
- 2 min de leitura
14/10/2025
A companhia aérea Gol anunciou, na noite de segunda-feira (13), uma proposta de reorganização societária que inclui o fechamento de capital e a saída do nível 2 de governança da B3. O plano será submetido à aprovação dos acionistas em assembleia marcada para 4 de novembro.

De acordo com o comunicado, a empresa Gol Linhas Aéreas Inteligentes e a Gol Investment Brasil serão incorporadas pela Gol Linhas Aéreas S.A., que passará a operar como uma empresa de capital fechado. O grupo controlador Abra — também acionista da colombiana Avianca — pretende pagar R$ 5,82 por ação, valor equivalente à cotação atual dos papéis.
Como ficará a estrutura acionária
Pela proposta, acionistas minoritários receberão uma ação da nova companhia para cada ação ordinária que possuírem. Já as ações preferenciais, que não dão direito a voto, serão convertidas em 35 ações da empresa fechada, sem levar em conta dívidas existentes. O plano também inclui as subsidiárias Smiles (programa de milhagem) e Gollog (logística aérea).
Concentração acionária e exigências da B3
Em maio, a Gol já havia aprovado um aumento de capital, mas apenas 0,76% dos acionistas minoritários aderiram, permitindo que a Abra concentrasse 99,97% das ações ordinárias e 99,22% das preferenciais. Com isso, apenas 0,78% dos papéis permanecem em circulação, índice abaixo do exigido pela B3.
As ações preferenciais também estão cotadas abaixo de R$ 1, valor mínimo determinado pela Bolsa. Diante disso, a B3 estabeleceu dois prazos: até janeiro de 2026 para elevar o valor das ações e até janeiro de 2027 para restabelecer o percentual mínimo de papéis em circulação.
Segundo a Gol, a incorporação das subsidiárias visa simplificar a estrutura societária, reduzir custos administrativos e aumentar a agilidade estratégica. Em nota, a empresa afirmou que a medida “faz parte de uma estratégia de fortalecimento da governança e não altera o atendimento aos passageiros”.
Contexto: tentativa frustrada de fusão com a Azul
A decisão ocorre após o fracasso da tentativa de fusão com a Azul, encerrada em 25 de setembro, depois de meses de negociações sem avanço. O acordo, firmado em janeiro, previa a união das operações enquanto a Gol passava por reestruturação judicial nos Estados Unidos sob o Chapter 11.
O setor aéreo brasileiro ainda sente os efeitos da pandemia, com endividamento elevado, custos altos de combustível e dólar valorizado. A Gol concluiu sua recuperação judicial em maio deste ano, enquanto a Azul entrou no mesmo processo logo em seguida, enfrentando cenário semelhante de pressões financeiras.









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