Especialistas apontam por que o DF segue fora do domínio de facções criminosas
- Ananda Moura

- há 1 dia
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03/11/2025 A recente operação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, reacendeu o debate sobre o poder das facções criminosas no país. Apesar da presença de grupos como o Comboio do Cão, o CV e o Primeiro Comando da Capital (PCC), o Distrito Federal continua fora do mapa de territórios dominados pelo crime organizado.

De acordo com o estudo “Caracterização da atuação das facções prisionais-criminais na região Centro-Oeste”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a forte estrutura estatal e o sistema prisional centralizado da capital federal garantem maior eficiência no enfrentamento às facções. O levantamento destaca que, no DF, esses grupos não têm influência significativa nas dinâmicas urbanas, na violência ou nos mercados ilícitos, em razão da eficiência policial e da integração das forças de segurança.
O especialista em segurança pública Renato Araújo explicou que o controle do crime no DF ocorre por meio de ações diretas e indiretas, como políticas de prevenção, inteligência integrada e mapeamento de fluxos financeiros. Segundo ele, a cooperação entre Polícia Civil, Militar e Penal é um diferencial, fortalecida por protocolos de compartilhamento de dados e atuação conjunta entre as corporações.
Essa coordenação também motivou o governador Ibaneis Rocha a colocar a inteligência da PCDF à disposição do governo do Rio de Janeiro, como apoio nas investigações contra o Comando Vermelho. Ainda conforme Araújo, a eficácia do modelo brasiliense está em quatro pilares: coordenação entre forças, foco em lideranças e recursos financeiros, resposta rápida a crises e monitoramento constante dos resultados.
Outro especialista ouvido, Nelson Gonçalves, observou que a transferência de líderes de facções para o DF — como Marcola, do PCC — aumentou a vigilância no sistema prisional local. Ele explicou que esses criminosos atraem seguidores e criam redes de comunicação entre o presídio e o exterior, o que demanda monitoramento constante e interceptação de mensagens.
O Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional (Nupri) confirmou que há tentativas de avanço das facções no DF, mas que elas são rapidamente contidas pela atuação conjunta das forças de segurança. A separação rigorosa de presos por perfil de risco, o bloqueio de comunicações ilícitas e a integração entre inteligência penitenciária e investigação criminal são apontadas como as principais medidas para conter o fortalecimento das facções.
Segundo matéria do Metrópoles, especialistas afirmam que essa constância de pressão e precisão operacional tem sido decisiva para manter o Distrito Federal fora do domínio territorial de grupos criminosos.









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