Correios ampliam meta de desligamentos e podem dispensar 15 mil empregados
- Ananda Moura
- 8 de dez.
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08/12/2025 A direção dos Correios decidiu elevar para 15 mil o número de funcionários que devem sair por meio do Programa de Desligamento Voluntário (PDV), como alternativa ao empréstimo de R$ 20 bilhões que encontra resistência do Tesouro Nacional.

A meta prevê a saída de 10 mil empregados em 2026 e outros 5 mil em 2027. De acordo com estimativas internas, o corte geraria economia anual de cerca de R$ 1,7 bilhão na folha de pagamentos, com retorno do investimento em aproximadamente nove meses.
Segundo a estatal, o PDV é visto como uma solução temporária para viabilizar a reestruturação enquanto o empréstimo não avança. “O impacto financeiro do plano é relevante: economia anual de cerca de R$ 1,4 bilhão a partir de 2027, com retorno do investimento em cerca de nove meses”, informou a empresa.
Negociações paradas e disputa por condições de crédito
A proposta de empréstimo ainda não avançou. O Tesouro rejeitou as condições oferecidas pelos bancos, que propunham juros de 136% do CDI, enquanto o governo considera inaceitável taxa superior a 120%.
A Caixa Econômica Federal demonstrou desconforto com a proposta inicial e não integrou a primeira rodada de negociações, alegando que um banco público não deve lucrar sobre a estatal. A instituição, porém, se prepara para participar da fase seguinte, decisão já comunicada ao Planalto.
A estatal também confirmou que as contratações de aprovados no concurso de 2024 serão adiadas para 2027.
Déficit e plano de recuperação
O presidente dos Correios, Emmanuel Rondon, identificou desequilíbrio de curto prazo nas contas da empresa. Segundo ele, a diferença entre ativos e passivos chega a R$ 7,6 bilhões, e o fluxo de caixa foi calculado até dezembro de 2025.
A proposta de empréstimo de R$ 20 bilhões tem como objetivo quitar dívidas com fornecedores, pagar salários, investir em infraestrutura e refinanciar R$ 1,8 bilhão já tomado com bancos. Até setembro, o prejuízo acumulado atingiu R$ 6,05 bilhões.
A equipe econômica do governo avalia a situação como delicada e entende que Rondon precisa de suporte para implementar o plano de reestruturação sem pressão externa.





