Correios aguardam aval da Fazenda após aprovação de empréstimo de R$ 20 bilhões
- Ananda Moura

- 1 de dez.
- 2 min de leitura
01/12/2025 Após autorização do conselho de administração, os Correios dependem agora da análise do Ministério da Fazenda para dar prosseguimento à contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões. A operação será garantida pelo Tesouro Nacional e também passará pelo crivo da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional.

Segundo a CNN Brasil, o Ministério da Fazenda afirmou no sábado (29) que, oficialmente, ainda não há nenhuma operação dos Correios em avaliação.
O aporte deverá ser contratado junto a um consórcio de bancos públicos e privados e será liberado em parcelas. A divisão dos repasses tem o objetivo de evitar que os recursos permaneçam ociosos no caixa da estatal, reduzindo gastos com juros até que sejam aplicados — parte significativa do uso dos recursos está prevista apenas para 2026. O prazo para quitação total do financiamento deve chegar a 15 anos, com carência mínima de dois anos para início do pagamento.
A estimativa é que a empresa volte ao azul apenas a partir de 2027, quando o plano de reestruturação deverá estar implementado de forma plena.
Situação financeira se agrava
O prejuízo acumulado pelos Correios alcançou R$ 6 bilhões até setembro deste ano, quase três vezes o resultado negativo registrado no mesmo período de 2024, quando o déficit era de R$ 2,1 bilhões. Os números constam nas demonstrações contábeis do terceiro trimestre, aprovadas pelo conselho na sexta-feira (28).
O balanço foi afetado por queda de receitas, aumento de despesas operacionais e novas obrigações trabalhistas e judiciais.
Plano para evitar colapso até 2026
O plano de reestruturação da estatal foi anunciado em 15 de outubro e prevê demissões voluntárias, venda de imóveis e fechamento de unidades deficitárias. A previsão inicial é que até mil agências sejam encerradas. O programa deve incluir a redução de custos com pessoal e mudanças nos planos de saúde dos funcionários, tanto para os que aderirem ao desligamento quanto para os que permanecerem na empresa. Ainda não há definição oficial, mas fontes internas estimam o corte de até 10 mil postos.
A venda de imóveis pode render até R$ 1,5 bilhão. Paralelamente, a empresa planeja ampliar serviços voltados ao comércio eletrônico, compensando o fechamento de agências físicas.
O plano será dividido em três etapas: recuperação financeira, consolidação e crescimento. Os serviços postais universais permanecerão como atividade essencial e classificada como compromisso estratégico da estatal.
No primeiro semestre de 2025, os serviços obrigatórios custaram R$ 5,4 bilhões aos Correios, com déficit líquido de R$ 4,5 bilhões.









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