Correios acumulam prejuízo bilionário e enfrentam avalanche de ações trabalhistas
- Ananda Moura

- 11 de nov.
- 2 min de leitura
11/11/2025 A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos vive um de seus períodos mais críticos. Com 12 trimestres consecutivos de prejuízo, a estatal tenta reorganizar suas contas enquanto lida com um recorde de ações trabalhistas e a perda de competitividade frente a empresas privadas do setor logístico. Para tentar conter o rombo, a companhia busca empréstimo de R$ 20 bilhões, com apoio do Tesouro Nacional.

De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), os Correios registraram mais de 56 mil novas ações trabalhistas em um ano, o que representa 154 novos processos por dia. Atualmente, há cerca de 75 mil ações em andamento, número que equivale a aproximadamente 70% do quadro funcional da empresa, composto por 83 mil empregados. Muitas dessas ações foram abertas por servidores ainda ativos, o que reflete o nível de insatisfação interna.
O passivo trabalhista resulta de falhas acumuladas em gestão de pessoal, saúde ocupacional e acordos coletivos. Em 2024, a estatal desembolsou R$ 1,1 bilhão em condenações judiciais; nos seis primeiros meses de 2025, o valor já alcançou R$ 1,5 bilhão. A direção informou que iniciou um levantamento técnico dos custos judiciais para tentar reduzir as despesas.
Rombo financeiro e perda de mercado
A crise financeira teve início no terceiro trimestre de 2022, quando a empresa registrou prejuízo de R$ 121 milhões. Desde então, os resultados negativos se repetem. No segundo trimestre de 2025, o déficit chegou a R$ 2,6 bilhões, elevando o total acumulado para R$ 8,38 bilhões.
De acordo com matéria da Revista Oeste, a empresa também perdeu espaço para concorrentes privados, que investem em tecnologia, eficiência e logística avançada, fatores que ampliaram a defasagem operacional dos Correios. O aumento dos custos e a queda nas receitas agravaram a situação financeira, ampliando o risco de insolvência.
Os problemas jurídicos da estatal se concentram principalmente nos tribunais regionais de Campinas, Bahia, Distrito Federal, Pernambuco e Piauí, com destaque para 7.938 ações apenas em Campinas. No Rio de Janeiro, os Correios ficaram atrás apenas da Petrobras, com 7.443 processos.
A combinação de déficits bilionários e passivos trabalhistas reforça o alerta sobre a sustentabilidade da empresa centenária, que segue em busca de soluções para evitar um colapso administrativo e financeiro.









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