Libertário Javier Milei, de 53 anos, venceu as eleições neste domingo (19) na Argentina e pode mudar o futuro do país que vive uma economia arruinada.
A Argentina viveu um dia histórico nesse domingo, 19 de novembro. Numa disputa que confirmou o desejo de mudança dos argentinos, o Deputado libertário Javier Milei venceu o atual Ministro da Economia, Sérgio Massa, nas eleições presidenciais.
Defensor da liberdade, Milei pode se transformar em um ícone político se conseguir retirar a Argentina da grave crise em que se encontra.
Trajetória
Javier Milei ganhou destaque no cenário político em 2021, quando criou o partido "La Libertad Avanza" e surpreendeu nas eleições primárias de setembro de 2021, ficando em terceiro lugar na cidade de Buenos Aires com 13,66% dos votos.
"Não vim aqui para liderar cordeiros, mas para despertar leões", diz Javier Milei desde que ganhou notoriedade política.
Desde que foi eleito Deputado, ele defende ideias de direita e foi se destacando por se posicionar contra tudo o que os argentinos vivem há decadas.
Propostas
Milei toma posse no cargo no dia 10 de dezembro e tem promessas ousadas para resgatar a falida economia argentina, prejudicada por governos socialistas que afundaram o país em uma inflação superior a 140% ao ano e com 40% da população vivendo em extrema pobreza.
Projeções apontam que o déficit fiscal do país em 2023 será de mais de 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
Javier Milei se autodenomina "libertário" e suas propostas vão nessa direção: ele defende a dolarização total da economia e o fim da moeda atual argentina, o peso. Em 20 de novembro, 1 dólar equivale a 353,83 pesos argentinos.
O presidente eleito também defende a redução do tamanho do Estado, o fechamento do Banco Central, corte de gastos com aposentadorias e pensões, avanço das privatizações de empresas públicas e reformas tributária e trabalhista.
Ele também prometeu reduzir os gastos públicos com redução do número de ministérios e diminuição gradual de benefícios sociais. Hoje, a Argentina tem subsídios a transportes, tarifas públicas e programas de distribuição de renda.
Na pauta de costumes, Milei também pretende andar na contramão do que vem sendo implantado na Argentina. Ele é contra o aborto, rejeita a educação sexual nas escolas e se opõe ao "marxismo cultural".
Entre as propostas mais polêmicas, estão a defesa a desregulamentação do porte de armas e a militarização das prisões.
E o Brasil?
A vitória de Javier Milei é um sinal importante para o Brasil. Atualmente, os brasileiros estão sob um governo de esquerda, sob a presidência de Lula. Após 4 anos de um governo conservador e de direita, liderado por Jair Bolsonaro, os brasileiros voltaram a ser governados pelo PT e já estão sentindo as diferenças na economia e nas pautas de costumes.
Parabéns ao povo argentino pela vitória com @JMilei . A esperança volta a brilhar na América do Sul. Que esses bons ventos alcancem os Estados Unidos e o Brasil para que a honestidade, o progresso e a liberdade voltem para todos nós", escreveu Jair Bolsonaro em seu Twitter após a vitória de Milei.
Ter um libertário na condução da Argentina é um sinal para todos os países da América do Sul: grande parte do povo já reconheceu que o socialismo destrói nações e os argentinos estão dando uma chance a um presidente que vai na contramão dos princípios socialistas e prega liberdade.
A vitória expressiva de Javier Milei pode dar forças a Donald Trump, por exemplo, que tenta voltar à Presidência dos Estados Unidos. No Brasil, líderes de direita comemoraram a vitória do libertário argentino e ganham força com as ideias defendidas por Milei.
Na questão econômica, a expectativa é de que os governos de espectros "opostos" consigam estabelecer uma relação harmônica, já que Brasil e Argentina são importantes parceiros.
O Brasil já lucrou US$ 4,7 bilhões neste ano com a parceria com a Argentina. Este é o saldo comercial acumulado até outubro com as transações com o país vizinho, compostas por US$ 14,9 bilhões em exportações para lá e US$ 10,2 bilhões em importações provenientes de lá.
Como a Argentina afundou no socialismo?
No início do século XX, a Argentina era uma esperança e seu futuro parecia promisso. Em 1912, o país era a 9ª economia com maior renda por habitante do Mundo, à frente da Dinamarca, Alemanha e França.
Um golpe militar em 1930, no entanto, começou a arruinar os sonhos dos argentinos. A eleição de Juan Perón, em 1946, marcou o início de políticas populistas e antidemocráticas. O Estado de Direito argentino começou a desaparecer.
Políticas intervencionistas aumentaram o tamanho do Estado, enfraqueceram os direitos dos argentinos e acabaram com a liberdade de trabalhar e empreender no país.
Recentemente, nos anos 2000 e 2010, os Kirchner seguiram os passos de Juan Perón e levaram as contas públicas argentinas ao colapso e à recessão.
Maurício Macri, eleito em 2015, era uma esperança de melhoria, mas tomou decisões que pioraram a situação argentina: congelou preços, não cortou gastos públicos e não fez reformas importantes para o país.
Depois de Macri, foi eleito Alberto Fernandez, no poder até hoje, com ideias socialistas e que só pioraram a situação. A Argentina decidiu não honrar com seus compromissos da dívida externa e está prestes a dar o 5º calote externo desde 1980.
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