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Na última oitiva da CPI do 8 de janeiro, Manzoni enfatiza responsabilidade de Flávio Dino e G Dias

Carla Lepesteur

O Deputado Thiago Manzoni encerrou sua participação na CPI do 8 de janeiro destacando a omissão do governo, da Força Nacional e a presença de infiltrados na manifestação.


Deputado Thiago Manzoni na CPI do 8 de janeiro na CLDF

A Comissão Permanente de Inquérito (CPI) instaurada na Câmara Legislativa do DF para apurar os atos ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro de 2023 realizou nesta quinta-feira (16) a última oitiva antes da redação do relatório final.


A CPI se reuniu para ouvir o Coronel Reginaldo de Souza Leitão que, no dia 8 de janeiro, era chefe do Centro de Inteligência da Polícia Militar do DF.


Ao iniciar sua fala, o Deputado Thiago Manzoni mostrou sua satisfação em poder fazer parte da CPI que investiga um momento importante da história do Brasil, contribuindo para que a verdade seja alcançada.


O parlamentar fez questão de agradecer o trabalho da Polícia Militar do DF na proteção dos cidadãos e enfatizou o respeito que os policiais têm de todos os brasilienses.


"Obrigado pelo trabalho de vocês em nossa defesa e por colocarem em risco a própria vida para defender a vida de quem vocês nem conhecem", disse.

Manzoni reforçou a omissão da Força Nacional naquele dia 8 de janeiro. Enquanto os prédios eram destruídos, os integrantes da Força Nacional permaneceram parados em frente ao Ministério da Justiça, sem impedir que os crimes acontecessem.


O Deputado leu o artigo 301 do Código de Processo Penal que determina que "as autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado em flagrante delito".


"Não é que eles poderiam ter agido. Eles deveriam ter agido. Era uma obrigação", ressaltou.

O Deputado Thiago Manzoni também citou uma Portaria de 7 de janeiro de 2023, assinada pelo Ministro Flávio Dino, que autorizava o uso da Força Nacional para defender o trecho entre a Rodoviária do Plano Piloto e a Praça dos Três Poderes. Apesar do documento, a Força Nacional não agiu.


Portaria 272 do Ministério da Justiça

Para Manzoni, era inevitável chegar aos ministros Gonçalves Dias (ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional) e Flávio Dino (Ministro da Justiça). Segundo ele, a omissão dos dois está documentada.


Embora apenas G Dias tenha sido ouvido na CPI do DF, Manzoni afirma que Flávio Dino tem responsabilidade no que aconteceu e não é preciso que ele preste depoimento para comprovar isso.


"Chegou-se a ele (Dino) num momento muito crítico para o governo. Calhou dessa CPI acabar num momento muito ruim para pessoas que nem foram ouvidas aqui", disse Manzoni.

O parlamentar lembrou que, neste momento, o Governo Lula enfrenta duras críticas por ter aberto as portas para Luciane Barbosa Farias, esposa do traficante Tio Patinhas conhecida como a "dama do tráfico" no Amazonas.


O Ministério dos Direitos Humanos admitiu que pagou a viagem de Luciane até Brasília. Em evento do MDH, a "dama do tráfico" chegou a discursar e defender a dignidade de presos do Amazonas.


Ao dirigir-se ao depoente, o Coronel Reginaldo, Manzoni perguntou se ele confirma a informação de que haviam manifestantes utilizando estilingues e bolas de gude no dia 8 de janeiro. O Coronel confirmou que foram encontrados esses materiais entre os manifestantes.


Manzoni apontou que o uso de estilingue e bolas de gude é uma prática comum entre os "black blocks" e citou reportagem de 2013 da BBC que explicava as práticas desse grupo.


"É óbvio que tinham infiltrados ali. A direita protestou por 10 anos sem atos de violência. A CPI está escancarando o que de fato aconteceu", afirmou.

No encerramento de sua fala, Thiago Manzoni lembrou que a cúpula da Polícia Militar do DF permanece presa, sem receber salário, enquanto integrantes do governo claramente envolvidos permanecem livres e em seus cargos. Para o Deputado, os direitos humanos podem estar sendo usados como "direitos dos manos".


"A mulher do traficante veio a Brasília defender a dignidade dos presos do Amazonas. Eu não vejo ninguém se levantar pela dignidade dos policiais presos. Nós penalizamos quem nos protege e glamurizamos os criminosos. Policial não é bandido e bandido não é herói", concluiu.

Veja o discurso de Thiago Manzoni na íntegra.



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