Eli Vieira expõe em audiência de anistia: “1.398 pessoas foram fichadas por opinião política"
- AnandaMoura
- 13 de set.
- 2 min de leitura
O fichamento ideológico de manifestantes do 8 de janeiro foi uma das denúncias apresentadas por Eli Vieira na audiência pública que debateu a anistia na Câmara Legislativa, na última quinta-feira (11). Eli, juntamente com David Ágape, revelou recentemente ao Brasil e ao mundo a existência de um gabinete de inteligência clandestino no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo eles, esse núcleo produzia “certidões” baseadas em postagens de redes sociais, utilizadas como critério para decidir sobre a liberdade dos detidos.

Vieira apresentou documentos oficiais que comprovam que mais de 1.300 pessoas foram alvo desse fichamento. Segundo ele, relatórios produzidos dentro do TSE certificavam opiniões políticas extraídas de redes sociais, que depois eram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes.
“O que nós descobrimos é que 1.398 pessoas foram fichadas ideologicamente. O que estava sendo certificado era a opinião política de indivíduos”, afirmou.

Um dos casos mencionados foi o de Ademir Domingos Pinto da Silva, vendedor ambulante que foi preso preventivamente mesmo sem envolvimento direto nos atos de vandalismo. Seu nome apareceu em uma das certidões por ter feito críticas a Lula e ao PT nas redes sociais. Entretanto, o mesmo perfil também continha críticas a Jair Bolsonaro.
“O Ademir não é sequer bolsonarista. Foi punido apenas por trabalhar e expressar opiniões”, destacou Eli Vieira.

De acordo com o jornalista, servidores do TSE foram pressionados a acelerar a produção desses relatórios, sob ordens diretas da chefia de gabinete de Alexandre de Moraes.
“Havia ordens para não soltar presos até que fosse encontrada alguma coisa nas redes sociais. A chefe de gabinete dizia: ‘Vocês vão trabalhar no ritmo do ministro’”, denunciou.
Vieira disse que teve acesso a 67 certidões, mas que existem ao menos 256 registradas no sistema eletrônico do TSE. Para ele, trata-se de uma distorção do papel das instituições e de um ataque ao Estado de Direito. Encerrando sua fala, Eli Vieira ressaltou que o problema vai além de ideologias.
“Não importa a opinião política das pessoas. O que está em jogo é a liberdade de todos nós”, concluiu.









Comentários