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Anna Sebba

Educação e Política: A Luta pela Neutralidade Ideológica no Ensino

Durante muitos anos, a educação foi utilizada como uma ferramenta ideológica pela esquerda. No entanto, no ano passado, essa politização atingiu seu ápice com a realização da Conferência Nacional de Educação (Conae), que aprovou uma série de propostas destinadas a moldar o Plano Nacional de Educação (PNE) para os próximos 10 anos, a ser encaminhado ao Ministério da Educação (MEC). Este plano serve como base para a formulação de políticas públicas e metas educacionais. Infelizmente, muitos setores da sociedade foram excluídos dessas discussões e não tiveram suas vozes ouvidas. O resultado final foi a criação de um documento que mais parece um panfleto ideológico do que uma proposta educacional sólida.


Foto: Luis Fortes/MEC

"Nós não teremos mais liberdade como professor de escola particular, nem confessional, porque será um conteúdo só, um material didático com um viés doutrinário unilateral; não vai haver discussão" - Drª Cássia Queiroz na Audiência Pública sobre a Conae

No dia 18 de março de 2024, por iniciativa do Deputado Thiago Manzoni, ocorreu na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) uma audiência pública para discutir esse documento, com a participação de professores, gestores escolares e associações de pais e mães, para discutir o documento, que é tendencioso e doutrinário e dar a oportunidade de todos aqueles que foram calados na Conae, mais precisamente quem não defende a tomada ideológica da educação.



Nossa educação é sabidamente ruim, com resultados em exames como o Pisa, que avalia os níveis de educação, vergonhosos. Apenas 27% dos alunos brasileiros alcançaram o nível de competência em matemática, e na leitura, apenas metade dos estudantes atingiu esse patamar. Esses números indicam que estamos seguindo na direção errada ao transformar a escola em um ambiente de formação de ativistas ideológicos.


Contido no PNE, há ainda a previsão de implementação do Sistema Nacional de Educação, o SNE, um item inserido por sindicalistas com meta de recursos públicos na educação que tira das mãos de estados e municípios o controle sobre o orçamento da educação e entrega tudo à União, com poder de decisão, execução e fiscalização. A concretização do SNE, que está pautado em regime de urgência no Congresso Nacional, tira qualquer decisão educacional das mãos de estados e municípios e sufoca o setor privado de educação. 



Cartilha informativa elaborada pela CONFENAPAIS


“Nós podemos entender que tudo o que nós estamos vivendo hoje é resultado de anos de doutrinação, tanto nas escolas quanto nas mídias, quanto na cultura. Estamos diante de gerações de pais que foram doutrinados que não estão sabendo educar os seus filhos, não tem afetividade na educação de seus filhos, estão perdidos e eles esperam que alguém os salve nesse trabalho” - Karen Nery na Audiência Pública sobre a Conae

O documento base tece duras críticas aos conservadores, ao agronegócio, à liberdade religiosa e à liberdade dos pais que escolhem a educação domiciliar (homeschooling). Além disso, propõe medidas que conferem poder de polícia para punir administrativa, civil e criminalmente famílias, professores e gestores que não estejam alinhados com a esquerda. 


“Quando eles implementarem esses conselhos de educação, bairro a bairro, terão conselheiros de educação que vão fiscalizar escola por escola e por este meio vão aplicar as sanções previstas no projeto do senador Flávio Arns, que pede responsabilização cível, criminal e administrativa no sentido de não receberem mais verbas da União” - Drª Adriana Marra

A proposta prevê a implementação de um modelo de avaliação que não mais considera os critérios educacionais, mas critérios sociais. Isso significa que, ao invés de avaliar o desempenho acadêmico dos alunos, o sistema levaria em conta as condições de diversidade, socioeconômicas e culturais. Não importa se o aluno consegue ler e interpretar um texto ou se sabe fazer as operações básicas de matemática, o importante é a diversidade – desde que não seja uma diversidade de ideias. 


O desejo não é de uma educação de qualidade para nossas crianças e jovens. É tão somente um completo aparelhamento da educação como ferramenta ideológica. É imprescindível que o SNE, assim como o PNE, que não representam o que queremos para a educação, sejam barrados no Congresso, que deveria nos representar. Que pais e mães se envolvam na vida escolar de seus filhos, busquem informações e conhecimento sobre o absurdo contido neste documento e exerção pressão nos congressistas. A cartilha neomarxista é preocupante para pais, escolas e educadores realmente comprometidos em educar, e não há nenhum exagero em chamá-lo assim, basta saber que as palavras “controle social” são citadas 59 vezes, enquanto matemática é citada apenas 4 vezes.



“O nosso país é um país de reduto católico, evangélico e conservador, talvez um dos últimos do mundo. O intuito desse plano é acabar com a cosmovisão cristã e como você faz isso? Sequelando, obviamente, a família” Dr. João Alberto

São inúmeras as demandas que recaem sobre o Congresso. Contudo, não há missão mais urgente do que fomentar e preservar mentes que, em breve, serão os defensores mais vigorosos de nossa nação: nossas crianças e adolescentes. Estes, munidos da mais poderosa das armas: educação real. Assim estarão prontos para os desafios que se apresentam.




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