David Ágape faz revelações e critica silêncio da imprensa em audiência sobre anistia
- AnandaMoura
- 13 de set.
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A audiência pública realizada nesta quinta-feira (11), na Câmara Legislativa, teve como um dos destaques o depoimento do jornalista David Ágape, parceiro de investigação de Eli Vieira. No debate sobre anistia, ele narrou as dificuldades enfrentadas para obter e analisar os arquivos do 8 de janeiro, que revelaram a atuação de um gabinete de inteligência clandestino no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Segundo Ágape, o trabalho exigiu coragem diante dos riscos pessoais envolvidos.

“Foi uma luta muito grande para obter esses documentos. Não foi fácil, mas sabíamos que precisavam ser publicados”, disse.
O jornalista contou que chegou a considerar a publicação do material sob pseudônimo, temendo pela própria segurança. No entanto, a decisão final foi pela exposição pública como forma de proteção. “Mostrando nossos rostos, ganhamos proteção pela publicidade e não pelo anonimato”.
Ele destacou ainda que a principal motivação veio da dimensão humana das prisões.
“Eu tinha certeza de que, em algum lugar, havia uma mãe ou uma filha orando para que alguém ajudasse o seu familiar preso. Foi isso que me moveu”, afirmou.

Ágape também criticou a postura de parte da imprensa, que, segundo ele, preferiu ignorar as denúncias. “Infelizmente, a imprensa tem agido como um braço do regime, legitimando perseguições. Não são pessoas violentas, são apenas cidadãos que pensam diferente”.
Além da apuração sobre os presos do 8 de janeiro, ele revelou que novas reportagens identificaram ilegalidades em operações contra empresários em 2022. O jornalista citou relatórios produzidos a partir de informações coletadas em grupos privados de WhatsApp e apontou indícios de falsificação em documento da Polícia Federal.

“Uma perícia independente demonstrou que os metadados eram inequívocos: o relatório foi adulterado para justificar uma operação ilegal contra empresários que não cometeram crimes”, denunciou.
Encerrando sua fala, Ágape reforçou que sua atuação jornalística não tem caráter partidário, mas a defesa da verdade e dos direitos humanos. “Não faço jornalismo para defender Bolsonaro ou qualquer político. Faço jornalismo para revelar a injustiça onde ela acontece. Sou militante dos direitos humanos e não recuarei”, concluiu.









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